quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Os Juros e o Varejo

No varejo da política a coisa vai mal. Resolvi votar no Mim. Na campanha, disfarçada e oculta, sem programa, o slogan é – “vote em Mim e no Paim”. Vou votar no Mim.


Mas no varejo, aquele que dá emprego, gera renda, paga impostos, puxa o PIB, cujos dados atuais de Agosto mostram crescimento forte, com 11,5% sobre o mesmo período de 2009 (tá certo que tivemos problemas), a área de alimentos cresce 2,5%, mas as pequenas lojas, aquelas com até 9 checkouts, cresceu perto de 11%. E os juros, ah estes, segundo dados preliminares do Banco Central do Brasil divulgados no dia 24 de agosto, as taxas de juros ao consumidor oscilaram apenas 0,1%, chegando a 40,5% ao ano em julho de 2010. Apesar da pequena oscilação, o resultado surpreendeu, uma vez que se esperava impacto maior das elevações da taxa Selic iniciadas em abril. Os empréstimos se aproximam dos 46% do PIB (empréstimos totais – livres e destinados), sendo que grande parte disto é casa própria, que cresce em taxas maiores. Os empréstimos livres, aqueles destinados às pessoas físicas, consignados ou não, chegam á casa dos 15% do PIB, mas muito disto é consignado, principalmente para aposentados e funcionários públicos. Agora os bancos se voltam para o mercado em geral, quase que desatendido. Com isto haverá disputa entre bancos e provável redução de juros neste tipo de empréstimo. A taxa de inadimplência continua baixa, perto de 6,5%, distante dos 8,5% de Maio de 2009. O prazo de pagamento esticou-se em quase 30 dias para o imobiliário, chegando a 528 dias, principalmente decorrente destes empréstimos e o de automóveis reduziu em 30 dias.

Qual o impacto para a população? Juros mais baratos (inflação controlada e Selic menos pressionada), exceto cheque especial, com taxas anuais de 167% (evitem o especial), a modalidade mais procurada, mais fácil e, portanto, a mais cara. Buscar juros mais baixos, com inflação ao redor de 5,12% no fim do ano (projeção era de 5,41%) e taxa Selic de 10,83% (projeção era de 12,04%), é fundamental. Ver preço a vista, ver o preço a prazo (tem que estar na vitrine), fazer o cálculo do juro e escolher o valor final menor. Para o cálculo simples de juros, só para comparação, sem rigor matemático, basta diminuir o preço a vista do preço final a prazo. Este resultado divida pelo preço a vista e terá o percentual de juros sobre o preço a vista. Mas o a vista com desconto para pagamento a vista, em dinheiro, cheque ou débito.

Fonte: Banco Central do Brasil – BCB e IDV Instituto de Desenvolvimento do Varejo.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Os Três Porquinhos e os Lobos Maus da eleição na floresta das fábulas

Na floresta os três porquinhos, com medo dos pedintes de período de eleição, se armam com acenos extemporâneos e projetos esquizofrênicos, longe da realidade nacional, como os três porquinhos da fábula infantil estão hoje longe da realidade das nossas crianças. Os lobos maus das Santas Casas da Floresta convidam um dos porquinhos para sua convenção e este, acuado, promete prioridade para as Santas Casas da Floresta. Não vai cumprir, mas prometeu, negócio de ocasião. Outros lobos maus da mortalidade infantil convidam outro porquinho para sua reunião. Este, pressionado, assina documento com o qual se compromete a reduzir a mortalidade infantil. Só cumprirá, independentemente da assinatura, que de nada vale, se enterrar dinheiro em esgoto sanitário, se investir bravamente em tratamento de água, se colocar muito, mas muito dinheiro em saúde básica e atenção às famílias e, por fim, se investir em educação, mas já avisou que sem CPMF (aquele mesmo achaque aos nossos bolsos que o PT condenava no tempo de FHC) não haverá dinheiro para a saúde. Outros lobos maus da ecologia convidam o último dos porquinhos para uma visita a uma comunidade à beira de uma represa, na floresta da fábula. Este porquinho promete que vai resolver isto tudo, a ocupação ilegal, a moradia decente e a proteção à nascente, tudo como prioridade. Não vai cumprir. Todos eles falam da copa de 2014 e do TAV (trem de alta velocidade), dizem que a população merece este presente. Qual população, porquinhos? Aqueles menos de 0, 001% da população que utilizará o trem, enquanto os restantes se dependuram em veículos de transporte coletivo com uma das menores velocidades média do mundo? Faltam os tijolos das construções verdadeiras, sobram os sapés da fragilidade dos programas de governo e nos lufa a baforada da mesmice. Nada de sério se prometeu, nada de bom para o povo se prometeu. Nenhum porquinho falou em programa educacional, nem o que se diz prático. Nenhum falou em reforma tributária (pagamos mais do que 45% dos nossos ganhos em impostos – quanto mais pobres, mais pagamos) para dar aos brasileiros menos impostos, mais serviços (saúde, educação, segurança), nem aquele que se diz experiente sem jamais ter sido. Ninguém falou em reforma política, que acabaria ou reduziria muito o fisiologismo partidário e a corrupção corporativamente incentivada e defendida nos conselhos de ética, nem aquele que saiu do partido dos porquinhos trabalhadores por conta da corrupção. Todos eles, entretanto, todos os três porquinhos, são estatizantes por formação política, todos eles aumentarão impostos, todos eles conviverão com um déficit na balança de pagamentos com graves consequências para a população (causado pelos porquinhos trabalhadores) e, incrivelmente, nenhum porquinho diz isto. Qual o impacto para a população? Juros aumentados, empregos menores, menos investimentos e a mesma esquizofrenia política que temos atualmente. A nós, o povo, que não somos verdes, guerrilheiros ou economistas de esquerda, o tradicional que se danem, eu quero é ser eleito o rei da porcaria.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

E a Confiança do Consumidor vai para a Cama

Os 33 maiores varejistas do Brasil estão otimistas e investindo mais em 2010, com objetivos claros para 2011. O IPEA projeta PIB Brasileiro entre 5,5 e 6,5%, criando otimismo no mercado. Duas das maiores montadoras de pesados, Marcopolo e Randon, projetam faturamento recorde para 2010 e investimentos recordes em 2010, também com olhos em 2011. Um amigo, assim nem tão atualizado com os números da economia, me avisa: “estou abrindo mais um motel e investindo nos outros três”. Perguntado sobre a razão do otimismo, se eram os números da economia e a confiança do consumidor, ele declara: “meu índice é a taxa de ocupação e o giro dos quartos”. Consumidor feliz, empregado, podendo comprar e pagar pelas suas contas vai mais a motel. Meu amigo, feliz com altas taxas de ocupação, com o aumento de giro (acreditem, uma média 20 de minutos), está também investindo para 2011 e, como todos os outros do início deste texto, pensando na copa de 2014. A economia vai bem, eu também estou otimista. Apenas 20 minutos e eu achando que era rapidinho demais. Estou, com este novo índice, mais feliz e mais otimista, também para 2011 e, espero, até a copa de 2014.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Lei da Ficha Limpa

Joaquim Roriz acaba de ter seu registro de candidato (pelo PSC) ao Governo do DF negado, porque, como tantos políticos que se sabem culpados, renunciou ao mandato para não ser cassado por quebra de decoro parlamentar e, além disto, porque não pagou uma multa de cinco mil reais por propaganda antecipada. Todos nós sabemos o que decoro significa na realidade, são aqueles atos criminosos que os políticos cometem e diz-se que se conduziram de maneira não digna a um representante do povo. Lembremo-nos do mensalão, que virou apenas decoro. Coisa semelhante ocorreu no RS, onde a candidata Maria do Rosário também teve seu registro de candidata ao Senado negado, porque deve novecentos mil reais em contas não pagas de sua candidatura a prefeita da Cidade de Porto Alegre. Ela alega que a dívida é do partido (aqui o PT) e não dela e que não tem recursos pessoais para pagar, mas era ela, pela lei inclusive, a responsável pela administração da campanha. Mas e o que tem isto em relação à economia? Uma relação simples e direta. Se evitarmos que corruptos e maus administradores assumam cargos majoritários (governos) ou proporcionais (senadores, deputados e outros), estaremos reduzindo os gastos dos governos, todos eles, uma vez que os incapazes geram corrupção pela omissão e os capazes corruptos geram pela ação. Se retirarmos do mercado os políticos incapazes de fazer o bem para a sociedade, sobrará mais dinheiro dos impostos, estes podem ser reduzidos, sobrará, então, mais dinheiro no bolso do cidadão, este gastará mais, haverá mais produção, mais empregos, mais renda. Como vemos, a Lei da Ficha Limpa tem um impacto direto no processo econômico e no bem-estar da população.