quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Inadimplência baixa em 2009 indica um bom 2010



Abaixo uma reportagem na revista HSM, de 18 de Janeiro, falando sobre inadimplência. Mesmo com o crescimento do crédito em bases rápidas, a inadimplência cai, por conta do aumento da renda e do emprego. No próximo texto vamos falar sobre o crescimento do varejo, que puxou o PIB em 2009 e o fará, ainda, em 2010.





A inadimplência do consumidor encerra 2009 com crescimento de 5,9%, na comparação com 2008. De acordo com o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, apesar dos impactos da crise internacional no 1º semestre, a evolução da inadimplência ficou abaixo da verificada em 2008, que cresceu 8%, em relação a 2007. Segundo os economistas da Serasa Experian, este cenário é justificado pela rápida recuperação e volta ao crescimento da economia, normalização do crédito, juros mais baixos e geração de empregos.
Já na relação anual, dezembro 2009/2008, a inadimplência teve queda 3,3%, representando a segunda mais baixa do ano. É necessário lembrar que em dezembro de 2008, na comparação com igual mês de 2007, a inadimplência do consumidor chegou a crescer 12,8%, devido ao auge da crise financeira no Brasil, se tornando uma base elevada para comparação. Como em dezembro de 2009 o país cresce e tem um ambiente de maior confiança, a relação anual é negativa, avaliam os economistas da Serasa Experian.
Na análise mensal, dezembro contra novembro de 2009, o indicador de inadimplência do consumidor registrou evolução de 3%, representando o maior índice desde abril de 2009.
Dívidas com os bancos lideraram a inadimplência em 2009
As dívidas com os bancos lideraram o ranking de representatividade da inadimplência do consumidor no país. Em 2009, a modalidade representou 45%, no indicador. No ano anterior este percentual era de 43,2%.
Em seguida estão as dívidas com cartões de crédito e financeiras, representando 35,9% de janeiro a dezembro deste ano. No acumulado de 2008, a participação da mesma modalidade era de 33,7%.
Em terceiro lugar, aparecem os cheques sem fundos, com 17,2% de representatividade no acumulado de 2009. No mesmo período de 2008, a participação no indicador era de 21%.
O ranking é encerrado pelos títulos protestados, que em 2009 representaram 1,9%. De janeiro a dezembro do ano passado, este percentual era de 2,2%.
Valor das dívidas com cartões de crédito e financeiras cai em 2009
Em 2009, na comparação com o ano anterior, o valor médio das dívidas com cartões de crédito e financeiras tiveram queda de 5%. Os cheques sem fundos, os títulos protestados e as dívidas com os bancos registraram crescimento de 43%, 14,5%, 1,3%, respectivamente.
Metodologia do Indicador
O Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, por analisar eventos ocorridos em todo o Brasil, reflete o comportamento da inadimplência em âmbito nacional. O indicador considera as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados, dívidas vencidas com instituições financeiras e cartões de crédito e financeiras.

Fonte: Serasa Experian (http://www.serasaexperian.com.br/)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

FDA e o Controle do Setor Farmacêutico


O cerco do FDA ao que consideram prática abusiva de marketing leva outra empresa farmacêutica ao banco dos réus no mercado Americano. O Johnson&Johnson é acusada de prática abusiva, em conjunto com a Ominicare, empresa de prestação de serviços de saúde. Leia a íntegra abaixo, publicada no dia 16 de Janeiro último no The Wall Street Journal.


BY JONATHAN D. ROCKOFF
In the latest case in the government's campaign against abusive drug-marketing practices, the Justice Department charged Johnson & Johnson with paying "tens of millions of dollars in kickbacks" to a nursing-home pharmacy company to boost sales of J&J drugs to nursing-home patients.
Prosecutors, in a complaint filed in federal court in Boston Friday, accused J&J of illegally paying Omnicare Inc. to buy J&J medicines and recommend their use to nursing homes. Under the arrangements, prosecutors alleged, Omnicare's annual purchases of J&J medicines nearly tripled to more than $280 million.
The drugs included the blockbuster antipsychotic Risperdal, which was prescribed to

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

"In Vino, Veritas"

O título deste artigo foi pego emprestado, segundo relatos romanos, de Plínio, o Velho, contemporâneo de Nero. General, almirante, escritor, filósofo e naturalista, ao dizer “com o vinho se tem a verdade” referiu-se ao sabor e ao fato de que com uma certa embriaguez do vinho se fala a verdade ou quase toda ela.
Em sentido um pouco mais amplo, para o Brasil também podemos dizer a frase quando olhamos o mercado e analisamos o consumo do vinho, um país tropical no qual a cerveja, ao contrário dos hábitos europeus, é tomada “estupidamente gelada”. A verdade é que o vinho precisa ser desmistificado, assim como a cerveja e o café já o foram.
A história do Brasil explica em parte essa necessidade. Com a proibição real, durante o Brasil colônia, de plantar uvas e fazer vinho, a bebida teria que vir de Portugal. Dessa forma, não se legou ao Brasil a cultura do vinho, apreciado desde a Antiguidade tanto para alimentar quanto para fazer calar o rigor das batalhas. Embora o consumo esteja caindo na Europa e crescendo no Brasil, produzimos algo perto de 1,2 milhões de toneladas de uva anualmente, sendo que 55% são comercializados como uvas de mesa e 45% como vinho, suco e derivados. Desse total, 77% são vinhos de mesa, largamente apreciados pelo Brasil e os mais vendidos em unidades; 9% de suco de uva, apreciado no sul do Brasil e no Rio de Janeiro, mas quase sem mercado em outras regiões; e 13% da produção industrial da uva é destinada aos vinhos finos, que parte é consumida internamente e parte exportada para Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e República Checa, principais destinos entre os 22 países para os quais exportamos.
A “verdade do vinho” é que ele não é levado a sério porque grande parte do que é consumido e vendido como tal não passa do que se chama de sangrias ou sidras. Além disso, o sabor do vinho chamado “vinho fino”, por questão cultural, não é agradável para boa parte do paladar do brasileiro, sendo consumido especialmente nas regiões Sul e Sudeste e, por aproximação com a região produtora no Nordeste, também em Recife. A exposição dos produtos nos canais de venda também deixa muito a desejar, sem criar experiência de compra e de indicação segura para os diversos paladares.
Além disso, os impostos internos, que não encontram similares nos produtos importados e o câmbio nem sempre favorável, permitem que vinhos importados, tão qualificados ou menos que os brasileiros, acabem por ter mercado maior do que deveriam ou poderiam ter, em uma dificuldade atávica do consumidor para decidir o que é qualidade em vinho.
Em resumo, vinhos finos brasileiros, que hoje têm na marca Vinhos do Brasil sua identificação e posicionamento planejados pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), assim como os sucos de uva, tem grandes possibilidades de galgar o mercado brasileiro com força e estruturação. Com o trabalho que está sendo realizado pelo Ibravin, parece somente faltar aos Vinhos do Brasil e aos sucos de uva um forte trabalho de canais de distribuição e consumidores, em um processo de relacionamento e educação para o canal e consumidor, o mesmo ocorrendo para os espumantes brasileiros, hoje consagrados no mundo todo, mas que, com este trabalho educacional no canal e na demanda, de forma estruturada, poderiam, certamente, estar mais democraticamente distribuídos e mais bem expostos em todos os canais de venda